XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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ANÁLISE ESPACIAL DAS TRANSFORMAÇÕES RECENTES EM CIDADES DE REGIÕES PRODUTIVAS AGRÍCOLAS NA BAHIA E EM TOCANTINS - BRASIL
Orimar SOUZA SANTANA ORIMAR

Última alteração: 2018-06-13

Resumo


Este trabalho examina os agentes sociais e suas ações, que vem modificando a rede de cidades de um recorte territorial específico no interior do Matopiba[1] brasileiro, a Mesorregião Oriental do Tocantins e a Mesorregião Extremo Oeste Baiano.

É nosso objetivo geral, identificar os agentes sociais e suas ações que vem induzindo o processo de modernização da agropecuária, com desdobramentos nas cidades dessa região. A pesquisa orientou-se pelo método regional considerando a concepção de Santos (1986, p. 55), o sentido de região recomendado por Haesbaert (2010) e os estudos de Elias (2007/2011), sobre a formação de Regiões Produtivas Agrícolas (RPAs) onde a autora também denomina, caracteriza e problematiza as chamadas “cidades do agronegócio”.  

De partida, o levantamento bibliográfico possibilitou compreender as diferenças no histórico processo de ocupação e povoamento dessas regiões, além de caracterizar a delimitação do Matopiba, o mais novo recorte espacial no território brasileiro dedicado exclusivamente ao agronegócio. Ademais, o levantamento de dados secundários de diferentes fontes possibilitou identificar os agentes sociais e caracterizar suas ações, que vem transformando os espaços urbanos e rurais dessa região. O banco de dados subsidiou a elaboração dos documentos cartográficos com auxílio do Sistema de Informações Geográficas ArcGIS, versão 10.5.

Neste sentido, os primeiros resultados apontam diferenças marcantes entre as mesorregiões, notadamente no que se refere ao tamanho populacional das cidades pois, em 2010, do lado tocantinense 60,86% das cidades possuem até 5.000 habitantes, diferentemente do lado baiano, onde a maioria das cidades, 75%, reúnem população total entre 10.001 e 40.000 habitantes. Por esta razão, pode-se afirmar que nas cidades dessas regiões as transformações não ocorreram de forma análoga e apresentam peculiaridades que remontam o histórico processo de ocupação e povoamento iniciado no limiar do século XX. A Mesorregião Extremo Oeste Baiano reúne cidades de porte demográfico expressivo e posição de comando da sua respectiva rede urbana; concentra equipamentos raros de atendimento à população no que tange a saúde, educação, setor de serviços e consumo em geral e possuem o aparato técnico, científico e informacional que viabiliza o funcionamento das redes agroindustriais do agronegócio. Por outro lado, na Mesorregião Oriental do Tocantins permanece uma miríade de pequenos núcleos urbanos marcados pela ruralidade e que concentram e redistribuem a força de trabalho pouco qualificada para as grandes corporações agroindustriais. Essas cidades também servem de residência aos pequenos produtores rurais, trabalhadores e posseiros que buscam no urbano os equipamentos de consumo individual e coletivo que ele deve oferecer.

 

Palavras-Chave: Agronegócio, Matopiba, Modernização da Agropecuária, Agentes sociais


[1] Matopiba: acrônimo com as iniciais dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, criado com base na Portaria nº 244, de 12 de novembro de 2015 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, cuja delimitação territorial foi proposta pelo Grupo de Inteligência Territorial Estratégica (Gite), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), (Miranda, Magalhães e Carvalho, 2014).

 


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