XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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UNIVERSIDADE E ANCORAGEM DO CONHECIMENTO: UM ESTUDO DE CASO
Ronara Cristina Bozi dos Reis, Mário Vale, Marta Macedo Kerr Pinheiro

Última alteração: 2018-06-04

Resumo


Esse trabalho objetiva relacionar o conceito de ancoragem e o papel da universidade para o desenvolvimento local. A ancoragem implica na descontextualização do componente móvel do conhecimento e em sua recontextualização em outro cenário, o que requer condições institucionais que viabilizem sua fixação e possibilitem a transformação da realidade local. Perpassando esse conceito, está o entendimento do território enquanto uma construção social, cuja principal característica resulta da interação entre os agentes que nele atuam. Em uma economia do conhecimento, baseada da intangibilidade de seu elemento principal, faz-se necessário o entendimento desse componente fluido que é o conhecimento no âmbito territorial. Por sua vez, a universidade é um agente do conhecimento e da inovação, sendo um ator importante na recontextualização do conhecimento móvel. A abordagem da tríplice hélice, seguindo Etzkowitz e Leydesdorff (2000), ressalta esse papel da universidade e preocupa-se com os pactos estabelecidos entre essa instituição, as empresas e o sector público, dando, pois, à universidade um papel ativo no desenvolvimento econômico de uma localidade. Crevoisier e Jeannerat (2009) e Vale e Carvalho (2013) apontam para a necessidade de colocar o conhecimento como elemento central em modelos de inovação que considerem a questão do território. Ao estudar como a universidade atua para a fixação do conhecimento em uma realidade, com o intuito de desenvolvimento econômico, esse trabalho é um tentativa de construção de respostas a tais lacunas. Para isso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com professores, pesquisadores e agentes da inovação da Universidade Federal de Itajubá – Unifei – Campus Itabira, em Minas Gerais, Brasil. Esses atores do conhecimento e da inovação foram questionados em relação à atuação da universidade enquanto um agente transformador da realidade em que estão inseridos, tendo como conceitos norteadores a ancoragem do conhecimento, o território e a inovação. Os resultados demonstram a necessidade de clareza e articulação nos papéis atribuídos a cada um dos atores envolvidos, sob pena de os resultados obtidos não corresponderem às expectativas e planeamento iniciais, produzindo resultados aquém da potencialidade de um sistema de inovação.

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