XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS E A RELAÇÃO COM ATOS CRIMINOSOS: UMA LEITURA DE CASOS NA CIDADE DO RECIFE-PE (BRASIL)
CARLOS ALBERTO DUARTE DE SOUZA, ALCINDO JOSÉ DE SÁ

Última alteração: 2018-06-08

Resumo


É usual que se aponte a pobreza como um dos fatores que impulsionam as práticas violentas.  Sendo essa premissa uma verdade teríamos o município de Novo Triunfo (Bahia), apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como um dos mais pobres do Brasil, a área mais violenta do país.   Mas, como sabido, as maiores taxas de violência criminosa não pertencem ao tranquilo município e sim as áreas periféricas das grandes metrópoles brasileiras.  "A pobreza da renda não serve como guia para o crime e a violência, pois um conjunto de fatores contribui para tornar os locais de moradias dos pobres das grandes cidades ambientes extremamente violentos", indica o estudo "Moradia precária e violência na cidade de São Paulo", publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Andrade e Tedesco, 2017). No tocante a cidade do Recife, situada no Estado de Pernambuco (Brasil), a violência criminosa – pelo menos há duas décadas – aparece nos índices de forma expressiva.  A esse dado, acrescenta-se o fato de Recife ter um espaço urbano denso, uma população expressiva, diversas lacunas no atendimento do Estado e, consequentemente, uma série de problemas sociais.  Nesse contexto, a violência e o medo da criminalidade tornaram-se corriqueiros na sociedade; o que auxilia na construção de posturas diferenciadas e reflete-se na forma como as pessoas se organizam no espaço.   Conforme indicadores (RECIFE, 2010), a cidade do Recife, possui fortes desigualdades sociais.  O Índice de Gini é de 0,68, uma média alta que demonstra a concentração de renda.  Nesse cadinho, a presente abordagem é um fragmento de um estudo – ainda em andamento - que busca compreender como o medo da violência criminosa contribui para modificações na configuração espacial nas morfologias intraurbanas da cidade do Recife.  O recorte tem como finalidade apresentar trechos de uma pesquisa realizada com 941 moradores residentes na cidade do Recife, na qual foi possível traçar um perfil socioeconômico, de localização por bairro, percepção sobre a violência e de vitimização criminosa. Assim, foi possível demonstrar, mesmo timidamente, a relação entre as condições de renda da população recifense e os atos criminosos.  O artigo busca apresentar dados primários que, relacionados às informações oficiais dos órgãos públicos acerca da violência criminosa, permite uma leitura de como os atos criminosos estão associados ou não as condições socioeconômicas da população. As informações auxiliaram numa cartografia específica, realizada a partir das informações dos entrevistados e que se apresenta como um material de análise importante, pois evidencia as vulnerabilidades da população, do aparato de segurança e das estratégias públicas.

Palavras-Chave: Criminalidade. Percepção da violência.  Recife/PE.

 

BIBLIOGRAFIA

Andrade, I; Tedesco, E. (2017). Município mais pobre do Brasil fica na Bahia, aponta pesquisa do IBGE. Jornal A Tarde, Economia. http://atarde.uol.com.br/economia/noticias/ 1921368-municipio-mais-pobre-do-brasil-fica-na-bahia-aponta-pesquisa-do-ibge (acesso em 22 de abril de 2018). Recife (2010). Informações Socioeconômicas. Página oficial da Prefeitura da Cidade do Recife. http://www2.recife.pe.gov.br/pagina/informacoes-socioeconomicas (acesso em 21 de abril de 2018).

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