XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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A PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO 9.º ANO DE ESCOLARIDADE DOS CONCELHOS DO PORTO, COIMBRA E BRAGA SOBRE A DIMENSÃO ESPACIAL DO(S) RISCO(S) EM PORTUGAL CONTINENTAL
Bruno Martins, Adélia Nunes, Luciano Lourenço, Fátima Vilas-Boas

Última alteração: 2018-06-06

Resumo


A educação constitui uma das mais importantes e poderosas ferramentas na construção de novos conceitos, na mudança de hábitos e no diálogo intergeracional, desempenhando, por isso, um papel basilar e estruturante na implementação de mecanismos que conduzem a cidadãos melhor preparados e a sociedades mais resilientes, o que contribuirá para uma crescente consciencialização do risco e uma melhor percepção do perigo.

Embora, no nosso país, a preocupação com a “Educação para os riscos” em ambiente escolar, se encontre ainda numa fase “embrionária”, com o presente estudo procurámos avaliar:

i.        A percepção que os alunos do 9º ano letivo têm sobre conceitos fundamentais associados à ciência do risco, tais como: risco, catástrofe, suscetibilidade e vulnerabilidade;

ii.       A dimensão espacial que os alunos têm dos riscos naturais e mistos que afetam tanto o território continental, como a respetiva área de residência, neste caso, os concelhos do Porto, Coimbra e Braga;

iii.      Se os discentes são capazes de identificar o risco que consideram ter maior probabilidade de se manifestar na respetiva área de residência, bem como as suas causas, consequências e medidas de mitigação.

Com o intuito de aferir as percepções que os alunos do 9º ano de escolaridade têm dos conceitos fundamentais associados à “Ciência do Risco”, bem como de avaliar a respetiva capacidade em identificar e classificar os riscos naturais e mistos, com maior probabilidade de se manifestarem tanto a nível nacional como à escala da área de residência, procedeu-se à aplicação de um inquérito por questionário antes do tema ser lecionado no âmbito da disciplina de Geografia, cujos conteúdos se integram no Domínio “Riscos, Ambiente e Sociedade”.

O questionário foi aplicado a um total de 308 alunos do 9º ano de escolaridade (3º ciclo), com idades compreendidas entre 14 e 16 anos, que integram escolas dos concelhos do Porto, Coimbra e Braga. A sua implementação decorreu durante o mês de abril de 2017.

Em termos conceptuais, assinalou-se alguma confusão em termos de terminologia, sobretudo quando foram avaliados conceitos, como os de suscetibilidade, vulnerabilidade e catástrofe. Essa dificuldade foi ainda mais vincada nos alunos que, em elevado número, não conseguiram identificar as causas, as consequências e as medidas de mitigação adequadas para o risco que, em função da probabilidade em se manifestar, consideram ser o mais importante no concelho de residência.

De modo geral, os alunos identificaram os riscos que apresentam maior probabilidade de se manifestarem, quer a nível nacional, quer na respetiva área de residência, mas evidenciaram arduidade na identificação dos principais fatores que estão na génese desses riscos, bem como nas respectivas consequências e, ainda, nas medidas de mitigação.


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