XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

Tamanho Fonte: 
ANÁLISE DAS ALTERAÇÕES DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO EM PORTUGAL CONTINENTAL: EFEITOS DA GENERALIZAÇÃO MATRICIAL DA GEOINFORMAÇÃO
Bruno M. Meneses, Eusébio Reis

Última alteração: 2018-06-13

Resumo


A disponibilidade de geoinformação (Gi) tem aumentado muito nos últimos anos, sobretudo Gi do uso e ocupação do solo (UOS). O aumento deste tipo de Gi resulta dos avanços tecnológicos que permitem obter Gi de forma automática e semiautomática em períodos cada vez mais curtos (resolução temporal), sobretudo Gi obtida a partir de imagens de satélite (Mandanici & Bitelli, 2016; Roy et al., 2014) e recentemente por veículos aéreos não tripulados (drones) (Ma, Cheng, Li, Liu, & Ma, 2015; Senthilnath, Kandukuri, Dokania, & Ramesh, 2017), mas também resulta da grande produção manual. Paralelamente ao aumento da quantidade de Gi disponível, destaca-se também o aumento da resolução da Gi (Bai et al., 2017; Carleer, Debeir, & Wolff, 2005; Fröhlich et al., 2013). Com a crescente disponibilidade de Gi do UOS, surgem questões relacionadas com o tipo de GI que deve integrar determinada avaliação espacial, pois as propriedades variam muito entre os vários conjuntos de dados geográficos disponíveis, geralmente de diferentes fontes, e estas podem ser a explicação para diferentes resultados que se obtêm nestas avaliações. Nesta investigação analisaram-se as alterações de uso e ocupação do solo (AUOS) em Portugal continental, utilizando dois conjuntos de Gi com diferentes propriedades: Corine Land Cover (CLC 2006/2012) e a Carta de Ocupação dos Solo (COS 2007/2010). Cada conjunto de Gi foi convertido de vetor para raster com diferentes resoluções (10, 25, 50, 100 e 200 m). As AUOS foram analisadas com a Gi em vetor e posteriormente com a Gi em raster nas diferentes resoluções. Numa análise preliminar, verificou-se que as áreas por cada tipo de UOS dos dois conjuntos de Gi (em vetor) diferem muito (embora correspondam a anos diferentes, são muito próximos), facto explicado pelas diferentes propriedades de cada um. Na análise dos resultados das AUOS obtidos a partir da Gi em raster observou-se que as resoluções mais elevadas apresentam valores muito semelhantes aos obtidos com a Gi em vetor. Esta relação vai diminuindo exponencialmente com o aumento da célula de cada raster, facto esperado inicialmente, mas as AUOS obtidas com o raster de resolução superior a 100 m não seguem a mesma tendência de variação das AUOS obtidas com Gi de resolução mais elevada, ou mesmo das AUOS obtidas com a Gi vetorial. Por exemplo, comparando as AUOS obtidas a partir do vetor e as AUOS a partir dos raster com 200 m, sobressai a maior variação na classe “floresta” no vetor, enquanto no raster sobressai a maior variação na classe “culturas agrícolas permanentes”; mas estas diferenças tendem a desaparecer quando se compara as AUOS com resolução inferior a 100 m, sendo os resultados mais semelhantes aos obtidos com o vetor. Os resultados evidenciam os diferentes efeitos de fusão e dilatação que ocorre nos processos de conversão da Gi de vetor para raster, com maior destaque destes efeitos em resoluções mais reduzidas (> 100 m).


É obrigatório um registo no sistema para visualizar os documentos. Clique aqui para criar um registo.