XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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TERRITÓRIO, VIOLÊNCIA E MEDO NO MUNICÍPIO DE MURICI/AL – BRASIL
Antonio Alfredo Teles de Carvalho, Pedro Henrique Santos Barros Araújo, Luã Karll Oliveira

Última alteração: 2018-06-03

Resumo


Resumo: Partindo do entendimento que a violência em si mesma não constitui uma categoria geográfica, mas sendo fruto das relações sociais presentes no território, consiste numa prática socioespacial, e como tal, pode comportar uma análise à luz da geografia, buscou-se no presente trabalho, desenvolver uma análise geográfica da violência no estado de Alagoas a partir dos usos do território, com ênfase no Município de Murici que, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em 2016  apresentava uma população da ordem de 28.462 habitantes e uma área de 418 km², localizando-se na Mesorregião do Leste Alagoano. Composta por seis microrregiões e 52 municípios, a referida Mesorregião possui 06 dos 25 municípios com maior índice de homicídios por arma de fogo do Brasil, segundo o Mapa da Violência 2016. No desenvolvimento do presente trabalho tomou-se como base o Mapa da Violência no período compreendido entre 2012 e 2014, onde Murici registrou uma taxa média de homicídios por arma de fogo de 100,7 por 100 mil habitantes; e a categoria território usado, concebida por M. Santos (1996), por entendê-la como basilar na identificação e compreensão dos diversos processos e fenômenos. Nessa perspectiva, partiu-se de um levantamento bibliográfico aonde buscou-se avançar na discussão sobre os usos do território. Igualmente, buscou-se aprofundar a compreensão sobre a violência, tomando como base, H. Arendt (2009), B. Chul-Han (2016) e L. M. Melgaço (2010). Assim foi possível estabelecer a relação entre a formação territorial do estado Alagoas e a violência, desde a implantação da monocultura da cana-de-açúcar que modelaria parte significativa desse território ao de três séculos. Desse processo, resulta uma sociedade fragmentada e desigual, marcada pela miséria de considerável parcela da sua população, contribuindo para os elevados índices de violência conhecidos pelo estado, especialmente nos últimos tempos. Com efeito, segundo o Mapa da Violência 2017 (Instituto Sangari), dos cinquenta municípios brasileiros com mais de 10.000 (dez) mil habitantes, com maiores índices de óbitos por arma de fogo (HAF) catorze (14) estão em Alagoas, dentre eles, Murici, que aparece em segundo lugar na referida lista.


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