XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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PREFERÊNCIAS DE TURISTAS POR RECREIO E LAZER NA REGIÃO DO ALGARVE NUM CONTEXTO CLIMÁTICO EM MUDANÇA
André Filipe Samora Arvela

Última alteração: 2018-05-30

Resumo


Resumo: A oferta e procura turística da região do Algarve centram-se, sobranceiramente, na promoção do produto sol e mar e na valorização, por vezes, pouco qualificadora, dos seus ativos litorais, firmando um quadro de parca diferenciação turística que, conjugado com os impactos das alterações climáticas sobre o respetivo território e setor turístico, impõe uma iminente fragilidade e indelével ameaça à resiliência de uma região que, de sobremaneira, assenta a sua base económica de desenvolvimento no usufruto turístico mainstream dos seus recursos balneares.

Posto isto, o estímulo a uma heterogeneização dos produtos turísticos poderia constituir uma oportunidade de incremento de resiliência regional aos desafios presentes e futuros. Desse ensejo, emerge a necessidade de estudar, comparativamente, as preferências dos turistas que visitam a região por recreio e lazer em espaços de litoral ou de interioridade, num enquadramento, onde a subida do nível médio das águas do mar poderá afetar o recurso turístico, até agora, mais valorizado, a praia.

Destarte, surge como premente o almejo de investigar o grau de conhecimento e de preferência dos turistas pelas diferentes unidades territoriais que perpassam a região do Algarve, desde o Litoral, Barrocal e Serra, e do grau comparativo de preferência por atividades de turismo da natureza, e o touring cultural e paisagístico, enquanto oportunidades disponíveis e/ou a valorizar na região, de forma a descortinar  potencialidades de transformação do uso e promoção turística da região, e estabelecer, concertadamente e neste âmbito, as prioridades, mediante preferência declarada, de adaptação às alterações climáticas.

Como tal e à luz deste contexto climático em mudança, importa saber por comparação à praia em areal costeiro, se os turistas contemplam a piscina artificial, biológica ou costeira como espaço substitutivo e atrativo de recreio e lazer, ou se, quiçá, preferirão complementar ou comutar, até, a sua experiência turística, vincadamente, balnear, por atividades de turismo da natureza e/ou touring cultural e paisagístico, pelo que se torna necessário compreender se visitariam a região nesse mesmo padrão de recreio e lazer.

Assim sendo, foi encetado, no ano de 2017, um inquérito aplicado a 400 turistas nos concelhos de Silves, Albufeira e Loulé, cuja principal motivação de visita deste destino foi o deleite balnear, no sentido de concretizar um efetivo desvelo da maior ou menor preferência dos turistas que visitam a região pelos mesmos recursos turísticos que, até hoje, têm sido, insistente e tendencialmente, promovidos, ou por outros recursos turísticos, para além da praia, passíveis de valorização sustentável. Operou-se, também, uma auscultação da disposição dos turistas a visitar a região, caso venha a verificar-se uma disrupção do recurso balnear e uma aposta nesta transição transformativa, sendo que a comunhão entre o planeamento da redefinição do uso turístico da orla costeira e a diversificação de produtos turísticos da região poderá ser uma prolífica estratégia de adaptação e reforço da resiliência deste território e sector aos impactos esperados.

 

Palavras-chave: Turismo, Território, Alterações Climáticas, Adaptação, Resiliência


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