Última alteração: 2018-06-07
Resumo
RESUMO: A cobertura do solo e as características das superfícies em áreas urbanas são variáveis e têm extrema importância para a avaliação do clima urbano. Os modelos 3D têm sido cada vez mais utilizados no cálculo do balanço radiativo em áreas urbanas, tendo em conta a geometria, a presença de vegetação, os materiais das superfícies e as suas características. Contudo, a enorme quantidade de superfícies de metal, correspondente ao número crescente de veículos que entram, circulam e permanecem todos dias nas cidades, geralmente não são consideradas nestes modelos. Os materiais da carroçaria dos veículos, como aços e alumínios pintados, são muito diferentes das paredes, estradas e vegetação presente no espaço urbano. Assim, estimativa da área ocupada pelos veículos estacionados e em circulação, considerados em poucos estudos como responsável pelos fluxos de calor na avaliação do clima urbano, poderá trazer uma maior complexidade aos modelos 3D, permitindo obter resultados mais próximos da realidade. Este estudo tem como principal objectivo colmatar a lucana existente no estudo do clima urbano através da avaliação da área ocupada e da quantificação do número de automóveis que presentes (estacionados e em circulação) em duas áreas destintas da cidade de Lisboa, inseridas nas freguesias de Avenidas novas e Parque das Nações. Para a concretização deste objectivo, foi utilizado um conjunto de imagens WorldView-2, obtidas em março de 2016, com uma banda pancromática e 8 bandas multiespectrais, com 0,50m x0,5m e 2mx2m de resolução respectivamente. A partir destes dados foi efectuada uma segmentação no software eCognition 8.0, da imagem pelo algoritmo multiresolution. Com base nesta segmentação e nas diferentes características espectrais dos elementos a identificar, foi efetuada uma classificação supervisionada (com um algoritmo de máxima verossimilhança) em 5 classes: 1- Veículos de cor clara; 2 - Veículos de cor escura; 3 - Rede viária; e 4-Outras superfícies. Os resultados da segmentação e classificação foram muito promissores quando comparados com a contagem manual dos veículos presentes nas áreas em estudo, torando-se, por isso, de uma boa e sistemática abordagem para áreas mais extensas, e com uma maior densidade de rede viária, como é o caso de todo o concelho de Lisboa.
PALAVRAS-CHAVE: Clima Urbano; Detecção de Veículos; Classificação; Áreas Urbanas