XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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AS TRANSFORMAÇÕES DO SETOR SUCROALCOOLEIRO EM ALAGOAS
Dário Rosalvo Correia de Souza

Última alteração: 2018-06-06

Resumo


O presente trabalho trata da atividade agroindustrial dominante em Alagoas, concentrada nos municípios do sul da Mesorregião Leste, onde a cultura da cana se expandiu após a década de 1960 e desde então a cultura e a usinagem vem se transformando continuamente. Sempre atrelada a estrutura do Estado, a cultura da cana foi a primeira geradora de renda da economia brasileira, localizada no litoral do Nordeste e determinante da economia de hinterlândia do agreste e do sertão. Desde o século XVII o setor açucareiro e, posteriormente, sucroalcooleiro alagoano incorporou inovações produtivas na agricultura e na usinagem, intensificando a partir da intervenção do Estado, por meio do IAA – Instituto do Açúcar e do Álcool (1933) e do Programa Nacional do Álcool – Proálcool (1975). A desregulamentação do setor, nos anos 1990, com a abertura comercial, promoveu a reorganização na produção fechando usinas e destilarias, isto possibilitou focalizar a produção de açúcar para a exportação. Ao longo da história, o número de usinas tem reduzido pela falta de capacidade administrativa ou financeira, sendo arrendadas ou fechadas, o que promove fases de concentração de terras e da produção de açúcar e etanol. Nesse sentido, objetiva-se estabelecer uma reflexão a respeito das transformações passadas pelo setor sucroalcooleiro e suas tendências. Para a feitura desta pesquisa, Alagoas foi considerada como parte de uma totalidade, entendendo que sua economia não se desenvolve de forma isolada. Para tanto, foram realizados levantamentos bibliográficos, de notícias atuais nos periódicos especializados e de grande circulação (Gazeta, etc.) e de dados em instituições governamentais e não governamentais (IBGE, Sindaçúcar, IPEA, BNDES etc.). Constatou-se que, atualmente, a produção sucroalcooleira alagoana passa por uma profunda crise, consequência principalmente da crise econômica mundial e dos grandes investimentos do setor no Sudeste. Esse quadro estimula o empresariado a mecanizar a colheita, eliminando postos de trabalho, porém sem contrapartida do governo do estado em transferir os trabalhadores para outros setores produtivos. Nestas condições, a sociedade e a economia da mesorregião Leste de Alagoas estão em franca crise local, inseridas também no contexto da atual crise econômica mundial.

 

Palavras-chave: Economia alagoana; cana-de-açúcar; agronegócio


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