XVI CIGeo - Lisboa 2018, XVI Colóquio Ibérico Geografia / XVI Coloquio Iberico Geografia

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RELAÇÃO ENTRE A OSCILAÇÃO DO ATLÂNTICO NORTE, PRECIPITAÇÕES E CAUDAIS NOS RIOS VOUGA E MONDEGO
Washington Santos Oliveira, Lúcio Cunha, Isabel Paiva

Última alteração: 2018-06-06

Resumo


A Oscilação do Atlântico Norte (NAO – do Inglês North Atlantic Oscillation) é um dos fenómenos climáticos mais relevante a condicionar o clima de Portugal Continental. Foi identificada como estando fortemente correlacionada com as temperaturas observadas e volumes médios e acumulados de precipitação, especialmente durante o inverno boreal nas últimas décadas em Portugal, Península Ibérica e Europa (Hurrell, 1996; Osborn et al., 1999; Trigo et al., 2002; Hurrell et al., 2003).  No que tange especificamente à precipitação em Portugal continental, esta é fortemente dependente da fase do dipolo atmosférico (positiva ou negativa), uma vez que, na fase positiva, ou seja, quando a diferença de pressão entre os dois centros de ação é superior à média, há uma passagem mais regular dos sistemas depressionários e superfícies frontais associadas a norte da Península Ibérica, ocorrendo assim anomalias negativas no campo das precipitações (Rogers, 1990; Hurrell, 1995; Rogers, 1997, Trigo et al. 2002). Por outro lado, na fase negativa, quando a diferença de pressão entre os dois centros de ação é inferior à média, os sistemas depressionários têm trajetórias mais meridionais (sobre a Península Ibérica) fazendo com que, numa inversão da situação anterior, ocorram anomalias positivas nos campos de precipitação (Rogers, 1990; Hurrell, 1995; Rogers, 1997, Trigo et al. 2002). Porque a precipitação sob a  forma de chuva é a principal fonte de alimentação do escoamento dos rios mediterrâneos, impactos da NAO são esperados, conforme o constatado por Trigo et al., 2004 e Lorenzo-Lacruz et al., 2011. Estes impactos são de tal magnitude que se podem se estender à manifestação de cheias e inundações (Mateus e Cunha, 2013; Oliveira et al., 2017).

O presente estudo demonstra, através de uma análise quantitativa dos volumes médios e acumulados de precipitação, bem como dos caudais que lhes correspondem, em correspondência com as fases da NAO, que esta exerce um condicionamento de grande impacto nos ritmos pluviométricos e nos caudais dos rios Vouga e Mondego.

 

Palavras-chave: Oscilação do Atlântico Norte, Precipitação, Caudais, Vouga, Mondego.


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