Última alteração: 2018-06-01
Resumo
Resumo: O risco não é uma certeza é uma possibilidade probabililistica. A vigilância em saúde, valendo-se da epidemiologia, busca identificar no tempo e no espaço o risco, bem como a probabilidade da sua ocorrência e a severidade dos eventos que podem causar dano à saúde e com isso, estabelecer medidas de proteção, mitigação ou eliminação do risco, ou seja prevenção. Identificam-se os fatores de risco individual: químico, biológico ou relacionado aos comportamentos, para os quais a relação saúde - ambiente se limita às variáveis que possivelmente seriam responsáveis pelo aparecimento de agravos e doenças. O objetivo deste trabalho é demonstrar as fragilidades teóricas dos conceitos de prevenção do risco individual, considerando o modelo de determinação social da saúde e o territorio de vida e trabalho. Como é próprio dos modelos mecanicistas, ambiente e saúde estão separados. O Ambiente é considerado apenas, como uma influência sobre a saúde, instrumentalizando uma vigilância tecnológica/tecnocrática para intervir sobre o ambiente físico-químico-biológico (Lima, 2013). Para superar essa limitação, a epidemiologia precisa redescobrir suas origens, quando no princípio preocupava-se com as doenças numa perspectiva espacial e populacional, levando em consideração os contextos nos quais os indivíduos estão submetidos: determinações sociais da saúde no lugar onde se vive e trabalha. Precisa ainda, substituir a noção de causalidade, por contexto, pois mesmo a multicausalidade não é capaz de dar conta da complexidade do processo saúde-doença. O território é a expressão do contexto, porção de espaço construído historicamente, em diversas escalas. É o espaço organizado das relações sociais (Santos, 1994; Almeida Filho, Coutinho, 2007; Lima 2016). O cotidiano é a escala privilegiada para análise e intervenção, mas é preciso estar atento aos processos que se dão em outras escalas (regional, nacional e internacional) e que afetam o território e sua população (Lacoste, 1993; Lima, 2013).
Palavras-chave: risco; causalidade; contexto; território, prevenção; promoção da saúde