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FLUXOS, SHOPPING CENTERS E PAPEIS URBANOS DE CIDADES MÉDIAS
Última alteração: 2018-06-19
Resumo
Neste trabalho analisamos papéis urbanos em cidades médias sob o viés do consumo. As cidades escolhidas foram Presidente Prudente e São José do Rio Preto, ambas estão situadas no Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil, e exercem forte centralidade regional que tanto atraiu, quanto foi reforçada, posteriormente, pela instalação de shopping centers, equipamentos de consumo com diversidade de marcas e produtos, ao que se agrega a presença de atividades de lazer, notadamente, cinemas. Preocupamo-nos em compreender a centralidade exercida por esses dois centros urbanos considerando os fluxos gerados pela oportunidade e/ou necessidade de consumo de bens e serviços advindas de sua hinterlândia vinculados aos shopping centers. Assim, nesta pesquisa avaliamos a centralidade com base nos deslocamentos com finalidade para o consumo em shopping centers, contribuindo para o entendimento de como esse fenômeno se dá em cidades médias que são referência regional num contexto de cidades de menor centralidade e tamanho. O aporte teórico combinou teorias e conceitos clássicos, tais como a Teoria das Localidades Centrais de Christaller (1963[1933]), o conceito de interação espacial de Ullman (1954), e a noção de commuting (Horner, 2004), com seu sopesamento à realidade própria pesquisada e outros estudos recentes (Engel & Whitacker, 2017; Garrefa, 2011; Moura, Castello Branco & Firkowiski, 2005; Ojima, 2015; Sposito, 2007; Taylor, 2016, Whitacker, 2018) o que pode trazer contributos à teoria. A aplicação de 1036 questionários na região de influência de Presidente Prudente e 1056 na região de São José do Rio Preto, após cuidadosa definição estatística, constituiu-se no principal procedimento metodológico que permitiu-nos estabelecer o estudo de movimentos pendulares motivados exclusivamente para aquisição de bens e serviços. Com isso, dimensionamos e analisamos os deslocamentos para consumo que tiveram as cidades médias como destino e identificamos sua relação com os shopping centers. A partir do exame dos seis shopping centers presentes nessas cidades médias e dos fluxos para consumo na hinterlândia, compreendemos que tais espaços de consumo se aproveitaram da centralidade interurbana pré-existente, ao mesmo tempo que a potencializaram. Deste modo, concordamos que os comércios e serviços localizados em Presidente Prudente e São José do Rio Preto possuem um papel fundamental em seu desempenho na rede urbana próxima. Na análise empreendida, também constatamos que o alcance espacial dos dois centros urbanos principais, sempre considerando-se o consumo, não é homogêneo em sua área de mercado, havendo distintas posições relativas dos centros hierarquicamente inferiores. Concluímos que a presença dos shopping centers incrementa as interações espaciais regionais, mas não alteraram substancialmente a hierarquia urbana pretérita. Ainda à guisa de conclusão, compreendemos que o aumento dos fluxos cotidianos para o consumo em hinterlândias nos obriga a desenvolver e interpretar novos procedimentos e complexifica a noção de deslocamentos pendulares e de aglomeração urbana
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